São Lourenço
São Lourenço e o planalto megalítico de Vila Chã
Este povoado da Idade do Ferro está situado numa das várias elevações que formam a arriba fóssil paralela à faixa litoral. Localizado no monte de S. Lourenço a 200m de altitude, a sudoeste do planalto de Vila Chã, Foi ocupado desde o Calcolítico (III milénio a.C.) e, continuamente, a partir do séc. V a.C. até ao séc. V/VI d.C. Após um período de abandono retoma vida na Idade Média, desde o séc. XII até ao séc. XIV, com a construção de um pequeno castelo.
A ocupação castreja, defendida por três ordens de muralhas de pedra e terra, bem visíveis a Nascente – a parte mais vulnerável do monte – encontra-se dispersa por urna grande área que se estende desde a acrópole até a pedreira que, na vertente ocidental, arruinou parte do sopé e da encosta onde se localizavam algumas das estruturas do povoado, entre as quais um dos torreões de defesa e vigia. Na acrópole e acessos, parcialmente desbastados com a construção da capela dedicada ao mártir S. Lourenço, patamares e escadaria, são bem visíveis, os sinais de algumas construções relacionadas com o habitat castrejo.
As casas foram construídas por todo o monte, em socalcos. A sustentação das terras era feita naturalmente pela penedia e artificialmente por muros, que também serviam de defesa. Genericamente os núcleos habitacionais do início da Romanização são compostos por três edifícios, rodeados por um lajeado que, além da comodidade que oferecia aos habitantes, servia também de eira para a secagem dos cereais.
A presença romana faz-se sentir bem materializada nas construções.
Alvo de uma intensa ocupação até ao século IV/V, o sítio terá continuado a garantir, esporádica ou continuamente, no decorrer da Idade Média, uma sólida permanência humana, tal como demonstram a muralha e as cerâmicas descobertas na coroa do monte.
Veja aqui o vídeo sobre “A ocupação humana do território: da Pré História à Idade do Bronze” e aqui o vídeo explicativo “Caturo”.