Quinta de Curvos

A Quinta de Curvos, no lugar do Cerqueiral, em Forjães, é considerada uma das mais frondosas do Minho e possui um historial repleto de acontecimentos. Por volta de 1600, sabe-se que os então proprietários desta Quinta (na altura denominada Quinta de Santa Marinha) seriam Manuel Belo e sua mulher Ana Ribeiro. Em 1882, o Comendador Domingos Gonçalves de Sá, natural da vizinha freguesia de Aldreu e residente na cidade do Porto, compra esta propriedade. Mais tarde, a 8 de Dezembro de 1916, a Quinta de Curvos passa para a posse de António Rodrigues Alves de Faria.

Este forjanense do lugar do Matinho, ainda jovem, com apenas 14 anos, parte para o Brasil e, segundo dizem, viajando clandestino nos porões de um navio cargueiro. No Brasil fez fortuna e regressa à sua terra natal onde se destacou como grande benemérito não só na sua terra e concelho mas em muitos terras do Minho. É o momento alto e o auge para a projeção da Quinta de Curvos. Rodrigues de Faria faleceu em 10 de Agosto de 1949, sem deixar descendentes diretos, tendo a sua vasta fortuna sido dividida por familiares próximos.

Os herdeiros, impotentes para resolverem a situação da Quinta, resolvem a venda da mesma nos anos 60 do século passado a é adquirida por José Pereira Falcão, negociante imobiliário, natural da cidade de Lisboa. Nos anos 70 a Quinta de Curvos é, de novo, negociada e adquirida por um súbdito inglês que, para mal do nosso património monumental e artístico, e como disse Brochado de Almeida ''...na saga destruidora. este amante de jardins e de flores. . . arrogante e inculto, como bom inglês colonial que pensava ser, se arremetesse contra o palacete e o destruísse para dar lugar ao belo mamarracho'' e continuava "...assim, ingloriamente, feneceu um dos mais belos exemplares da arquitetura romântica portuguesa, símbolo de uma terra e de uma região".

A Revolução de Abril de 1974, desencadeou medos e insegurança, tendo a Quinta de Curvos sido adquirida pela família Fonseca, da cidade de Braga, que mantêm ainda a sua posse.

O "Quinta de Curvos" é um vinho verde uma mistura de aroma e agulha, medianamente alcoólico, que pela sua frescura e especial qualidade se torna muito apetecido, sobretudo na época quente, derivado de mostos medianamente ricos em açúcar, mas ricos em ácido, de pH baixo, com suficiente teor de azoto, as fermentações são fáceis e totais, que provoca brusco aumento de temperatura que é preciso dominar para obter o máximo de qualidade.

Um dos segredos dos Vinhos Verdes está na seleção de castas, é a casta que confere ao vinho uma das suas características mais marcantes. Para ter direito ao selo da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes o produtor precisa empregar apenas as uvas recomendadas ou no máximo as autorizadas. No caso da Quinta de Curvos, foram selecionadas as seguintes castas:
- Para o Verde Branco; Loureiro, Trajadura e Pedernã;
- No verde Tinto: Vinhão e Borraçal.

Todas elas são diferentes, mas resultam no mesmo tipo de vinho: fresco, frutado, com pequena acidez. O Vinho verde branco apresenta uma cor citrina, devendo ser consumido maioritariamente associado a uma refeição e normalmente acompanhando pratos de peixe ou marisco ou ainda de carnes brancas. Pode também ser consumido como aperitivo, dada a sua leveza e frescura, associada ao baixo teor alcoólico e à típica "agulha". Para poder exprimir todo o seu potencial qualitativo, deve ser servido sempre a uma temperatura compreendida entre os 8 e os 10 graus centígrados.

O Vinho Verde Tinto é encorpado e apresenta-se com uma cor vermelho rubi e vai bem com os pratos de carne e peixe da gastronomia local, como sejam as "sardinhas" ou os "rojões". A Quinta de Curvos é o maior produtor do concelho de Esposende, com as marcas Afectos e Quinta de Curvos.


Morada: Quinta de Curvos - Lugar de Cerqueiral - Forjães
Telef.: +351 964 770 088